Novas fotos obtidas pela Survival International mostram índios isolados no Brasil, perto da fronteira com o Peru.
As fotos foram tiradas pela Funai (Fundação Nacional do Índio), que autorizou a Survival utilizá-las como parte de sua campanha para proteger o território dos índios isolados.
Elas revelam uma comunidade próspera e saudável com cestos cheios de mandioca e mamão fresco cultivados em suas roças.
A sobrevivência da tribo, no entanto, está em perigo por causa da entrada de madeireiros ilegais que estão invadindo o território dos índios isolados no lado peruano da fronteira. As autoridades brasileiras acreditam que o influxo de madeireiros está empurrando índios isolados do Peru para o Brasil.
A Survival e outras ONGs estão fazendo uma campanha há anos para que o governo peruano aja de forma decisiva para impedir a invasão.
No ano passado, uma organização dos EUA --Upper Amazon Conservancy-- realizou o último de vários sobrevoos do lado do Peru, revelando mais evidências de extração ilegal de madeira em uma área protegida.
"Tem que cuidar e proteger o lugar onde os índios moram, pescam, caçam e plantam. Por isso é útil mostrar as imagens dos isolados, para o mundo inteiro saber que eles estão lá na floresta deles e que as autoridades devem respeitar o direito deles de morar lá", disse o líder indígena Davi Kopenawa Yanomami.
José Carlos dos Reis Meirelles, sertanista da Funai no Acre, disse que são povos meio desconhecidos. "É difícil convencer até o próprio Estado que eles existem. A partir disso, você demarcar um território maior para eles já é uma dificuldade --é um desafio porque você vai mexer com um monte de interesses. É o segundo desafio é manter realmente essa terra isenta de interferência externa."
O diretor da Survival, Stephen Corry, disse que os madeireiros ilegais irão destruir a tribo. "É vital que o governo peruano os pare antes que seja tarde demais.As pessoas nestas fotos são evidentemente saudáveis e prósperas. O que elas precisam de nós é que o seu território seja protegido, de modo que elas possam tomar suas próprias decisões sobre seu futuro. Mas essa área está agora em risco real, e se a onda de extração ilegal de madeira não parar logo, elas não terão controle sobre seu futuro. Isso não é apenas uma possibilidade: é história irrefutável, reescrito sobre os túmulos de inúmeras tribos nos últimos cinco séculos."
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