Os moradores do município de São Miguel do Gostoso (no litoral do Rio Grande do Norte, a 134 km de Natal) passaram a contar com uma nova moeda, que está circulando há um mês nas ruas da cidade. O gostoso é uma moeda social criada pelo banco comunitário e aceito em vários estabelecimentos da cidade.
A ideia de criar o banco comunitário veio das próprias associações do pequeno município no litoral potiguar. Com o dinheiro próprio, a meta é estimular o consumo e fortalecer a economia local.
O projeto foi realizado com a Incubadora Tecnológica de Economia Solidária (Ites), da Universidade Federal da Bahia.
Em setembro de 2011, técnicos do órgão participaram de uma reunião do Fórum de Políticas Públicas na cidade e apresentaram o projeto Rede Nordeste de Bancos Comunitários de Desenvolvimento. Os líderes locais gostaram da ideia e levaram o projeto à frente.
Antes de o novo dinheiro circular foram realizadas reuniões e oficinas para escolher, entre outros detalhes, o nome do banco e da moeda.
O Banco Solidário do Gostoso foi criado em homenagem ao nome da cidade. Ficou decidido que a gestão seria da Associação de Mulheres, Jovens e Produtores de Tabua (AMJPT), com integração de diversas outras entidades da cidade.
Empréstimos vão até 150 gostosos para pequenos projetos com a ideia e detalhes fechados, os responsáveis partiram em busca dos recursos para capitalizar o banco, já que, para cada gostoso emitido é necessário R$ 1 em caixa.
Com o banco, os moradores têm acesso a pequenos créditos de até 150 gostosos. O valor pode ser pago em até três vezes, sem nenhuma cobrança de juros.
Os recursos do banco ajudam a fomentar compras e pequenos investimentos. "Mas nem tudo é gostoso. Há também empréstimos em real, que podem ser feitos para quem vai comprar em outra cidade", diz Diogo Ferreira Rêgo, integrante da Ites e que apoiou a criação do banco social potiguar.
A capitalização inicial foi feita por doações de sindicatos, cooperativas e organizações parceiras. Uma rifa também foi organizada pelo conselho gestor para arrecadar fundos.
Segundo a AMJPT, 1.000 gostosos estão em circulação na cidade. Cada nota tem um símbolo municipal: o Boi de Reis (na nota de dez gostosos), o pescador na praia de Tourinhos (cinco gostosos), o pé de cajazeira (2 gostosos), a feira agroecológica (1 gostoso) e o cajueiro (50 centavos).
Moeda é aceita por estabelecimentos que assinaram convênio conforme as regras definidas no estatuto, cada gostoso vale R$ 1. A moeda é aceita por estabelecimentos que assinaram um convênio e passaram a receber a moeda como forma de pagamento por compras e serviços.
As moedas sociais são reconhecidas pelo Banco Central como complementares ao real.
Fonte:Carlos MadeiroDo UOL, em Maceió
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